Terror das Minhas Noites: Filme Noturno


"Nora revirou os olhos e foi. As paredes do corredor eram brilhantes, pintadas metade branco, metade rosa-focinho-de-gatinho, mas o lugar parecia clínico e claustrofóbico, como um compartimento de trem. O expresso dos desorientados rumo a Malucolândia. Todos a bordo."

"Filme Noturno", de Marisha Pessl, Editora Intrínseca. Nas minhas breves lembranças, o ÚNICO livro que a história conseguiu invadir meus pesadelos. Nunca, nunca, nunca a história de um livro tinha se confundido com meus "doces e meigos" pesadelos.
Na leitura de "Filme Noturno", pela primeira vez, vi meus sonhos entrelaçados com o livro, é meio constrangedor dizer isso quando trabalho justamente com isso - dissecando sonhos e trabalhando através deles -, deveria, por experiência, separá-los, mas fui surpreendida com meus próprios demônios. É tenso!
Vi "Filme Noturno" fazer parte dos meus maiores pesadelos. Foram várias noites confusas entre meus fantasmas e os do livro.
Em uma noite fria de outono, a bela e jovem Ashley Cordova é encontrada morta em um armazém abandonado em Manhattan. Embora a suspeita seja de suicídio, o veterano jornalista investigativo Scott McGrath acredita que haja algo mais. O interesse de McGrath pelas estranhas circunstâncias que cercam a vida e a morte de Ashley não é gratuito. A garota é filha do famoso e recluso diretor de filmes cult de terror Stanislas Cordova, um homem que não é visto em público há mais de trinta anos e que, no passado, foi o responsável por virar a vida do jornalista de cabeça para baixo.
Para McGrath, mais uma morte nessa família poderosa, mas aparentemente amaldiçoada, não deve ser só coincidência. Apesar de muito ter sido escrito sobre os filmes sombrios e perturbadores  de Stanislas, pouco se sabe sobre o cineasta.
Impulsionado por vingança, curiosidade e necessidade de descobrir a verdade, McGrath, com a ajuda de dois jovens que conhece no início da investigação, é cada vez mais atraído para o horripilante e hipnótico mundo de Cordova. Mas, se da última vez que chegou perto de expor o diretor, McGrath perdeu seu casamento e sua carreira, dessa pode acabar perdendo mais ainda.
Uma história que impulsiona seus mais sombrios instintos, e gosto disso! Gosto muito! Uma viagem breve - afinal, li em três dias - e sombria onde nada é o o que parece. Costumo desconfiar logo de cara do desenrolar da história, e na maioria das vezes, acerto! mas desta vez fui e vim inúmeras vezes, me confundindo nas minhas próprias afirmações, acho que foi isso que invadiu meus sonhos e me assombrou - a incerteza! (análise pura de uma analista!)
O final pode deixar brechas para uma continuidade, não sei. Tomará. Ia me esbaldar nessa viagem, sem "olhares" de constrangimento. AMOOOOOO!

Cláudia Trigo

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